Você sabe o que te leva a colocar um alimento na boca? Será que faz alguma diferença pro corpo ou pra saúde esperar bater aquela fome pra então comer alguma coisa? Descubra quais impulsos você deveria seguir na hora de se alimentar para ter uma boa saúde.
Sendo bem honesto, muitas vezes pode ser bem difícil reconhecer a fome, esse impulso fisiológico natural que pode se apresentar sob diferentes intensidades, assim como pode ser bem difícil saber diferenciar a fome de verdade da vontade de comer.
No artigo de hoje vamos falar porque isso acontece e quais são os sinais que você pode se atentar para não se confundir na hora de se alimentar.
A alimentação é multifatorial
Primeiramente, é importante reconhecer que existem muitos fatores que podem fazer com que um ser humano se alimente. A fome é um deles, assim como a ansiedade, o tédio, as confraternizações, ou porque alguém mandou, etc. Ou seja, a decisão de comer não parte apenas do impulso fisiológico.
O problema é que dá muito trabalho fazer uma análise multifatorial da alimentação, então a gente simplifica. Até aí tudo bem, precisamos fazer isso, até por uma questão didática, para conseguir entender a realidade que é altamente complexa.
Então, simplificando, eu digo que só deveríamos comer com fome, que é o sinal que nosso corpo dá dizendo que ele está pronto para receber e digerir um alimento.
Mas temos que ter cuidado para não confundir o que é simples com o que é fácil. Por exemplo, a solução para um fumante melhorar a sua saúde é muito simples: parar de fumar. Mas essa não é necessariamente uma solução fácil, pelo contrário. Parar de fumar pode ser muito difícil, principalmente para quem fuma muito e há muito tempo.
Comer somente quando se está com fome é uma orientação muito simples, mas eu sei que muitas vezes não é fácil seguir essa orientação. Aliás, é exatamente por isso que muitos pacientes chegam até mim.
Mas voltando pra questão da fome e da vontade de comer, é fácil confundir as duas coisas. Muitas vezes essa confusão acontece porque a pessoa perdeu a própria referência interna. Só que fome é um impulso fisiológico, é que nem fazer xixi.
Respeitar os impulsos fisiológicos
Ninguém pergunta pra um urologista quantas vezes por dia deve fazer xixi. Imagine o quão bizarro seria um paciente se forçando a fazer xixi a cada duas horas, só porque um médico mandou.
Mas incrivelmente muitas pessoas seguem essa lógica com a alimentação. Procuram um nutricionista e seguem cegamente uma tabela que indica o que ela deveria comer, com horários pré-estabelecidos, sem dar a mínima para os sinais do próprio corpo.
Se desde criança a pessoa foi educada a comer em determinadas horas só porque alguém mandou, é muito natural que ela continue buscando uma referência externa que diga a ela que horas e quantas vezes ela deveria comer por dia.
Herança cultural x Realidade
O aspecto cultural também é outro fator que influencia bastante a alimentação. Nós carregamos junto com a gente vários de nossos antepassados e seus hábitos. Muitas vezes você tem comportamentos que na verdade não são seus, você simplesmente os herdou.
Imagine uma pessoa que viveu num cenário de escassez alimentar, como por exemplo, o período da II Guerra Mundial na Europa. Certamente que essa pessoa terá uma tendência a estocar comida sempre que possível e a comer sempre que tiver oportunidade.
É claro que ela aprendeu isso por uma questão de sobrevivência. Mas imagine o que essa mentalidade pode fazer com uma pessoa num cenário de abundância alimentar? Provavelmente ela vai fazer com que a pessoa coma o tempo todo, independente da fome. E provavelmente é isso que ela vai ensinar para os seus descendentes, já que qualquer hora pode surgir uma guerra e faltar comida.
Além desses, existem ainda muitos outros fatores que podem afetar a alimentação, mas que às vezes não são tão óbvios. Se eu te disser, por exemplo, que o nível de segurança/violência da sua cidade pode ser um desses fatores, você acredita?
Eu mesmo já passei por essa experiência. Com medo de fazer determinado trajeto da faculdade até minha casa, eu costumava fazer um caminho mais longo e com muito mais trânsito. Resultado, eu chegava em casa mais tarde e, portanto, jantava mais tarde, pouco antes da hora de ir pra cama. Se você me acompanha e acessa os conteúdos do Vida Veda, eu nem preciso dizer que isso tem um impacto direto na saúde, não é mesmo?
Conclusão
Saber quem é a pessoa que tem dificuldade com a alimentação, em que cidade ela mora, como ela vive… tudo isso é importante e pode afetar sua alimentação.
E foi pensando em te ajudar a entender melhor essas variáveis que eu criei o Invicta, o nosso Curso Prático de Ayurveda. Nele, você vai dar um passo de cada vez rumo a uma alimentação mais equilibrada e conectada com quem você deseja ser.
Abraços e lembre-se sempre: SAÚDE É LIBERDADE!
Matheus